quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

09/12/2017
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SER ENVIADO DO SENHOR É SER PESSOA DA ESPERANÇA E DA COMPAIXÃO
Sábado da I Semana Do Advento

Primeira Leitura: Is 30,19-21.23-26
Assim fala o Senhor, o Santo de Israel: 19 Povo de Sião, que habitas em Jerusalém, não terás motivo algum para chorar: ele se comoverá à voz do teu clamor; logo que te ouvir, ele atenderá. 20 O Senhor decerto dará a todos o pão da angústia e a água da aflição, não se apartará mais de ti o teu mestre; teus olhos poderão vê-lo 21 e teus ouvidos poderão ouvir a palavra de aviso atrás de ti: “O caminho é este para todos, segui por ele”, sem desviar-vos à direita ou à esquerda. 23 Ele te dará chuva para a semente que tiveres semeado na terra, e o fruto da terra será abundante e rico; nesse dia, o teu rebanho pastará em vastas pastagens, 24 teus bois e os animais que lavram a terra comerão forragem salgada, limpa com pá e peneira. 25 Haverá em toda montanha alta e em toda colina elevada arroios de água corrente, num dia em que muitos serão mortos com o desabamento de seus torreões. 26 A lua brilhará como a luz do sol e o sol brilhará sete vezes mais, como a luz de sete dias, no dia em que o Senhor curar a ferida de seu povo e fizer sarar a lesão de sua chaga.


Evangelho: Mt 9,35-10,1.6-8
Naquele tempo, 35Jesus percorria todas as cidades e povoados, ensinando em suas sinagogas, pregando o evangelho do Reino, e curando todo tipo de doença e enfermidade. 36Vendo Jesus as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não têm pastor. Então disse a seus discípulos: 37“A Messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. 38Pedi pois ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita!” 10,1E, chamando os seus doze discípulos deu-lhes poder para expulsarem os espíritos maus e para curarem todo tipo de doença e enfermidade. Enviou-os com as seguintes recomendações: 6“Ide, antes, às ovelhas perdidas da casa de Israel! 7Em vosso caminho, anunciai: ‘O Reino dos Céus está próximo’. 8Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. De graça recebestes, de graça deveis dar!” (Mt 9,35-10,1.6-8)
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Deus É Emanuel, Pois Na Sua Fidelidade Ele Está Sempre Conosco


Povo de Sião, que habitas em Jerusalém, não terás motivo algum para chorar: ele se comoverá à voz do teu clamor; logo que te ouvir, ele atenderá. ... não se apartará mais de ti o teu mestre” (Is 30,19-20b)


Este oráculo de Isaías se situa imediatamente após o testamento de Isaías (Is 30,8-18) que resume todas as razões de esperar. O profeta Isaías não hesita em descrever a próxima catástrofe em cores tão sombrias. Mas, ao mesmo tempo, Isaias evoca uma felicidade paradisíaca, um futuro reino messiânico a partir do qual todo o mal terá desaparecido: fome ... doença ... violência ... injustiça ... É o retorno do homem ao equilíbrio moral que também traz consigo o retorno da natureza à sua harmonia e à fecundidade do "paraíso terrestre". A Bíblia acredita profundamente em uma comunhão entre o homem e Deus e entre o homem e seu ambiente.


Mas o profeta determina as condições do advento deste reino: antes de tudo, é crer que somente Deus é capaz de construí-lo. O profeta ensina o povo a acreditar e a confiar no Senhor simplesmente porque Ele é bom e o chama para Ele. Toda a iniciativa vem de Deus, pois Ele ama seu povo. Como resposta, o homem só pode acolher o dom de seu amor para sua salvação. Além do crer, a conversão é apresentada como outra saída para a crise: “É na conversão e na calma que está a vossa salvação; é no repouso e na confiança que reside a vossa força” (Is 30,15). Deus, o Emanuel que está sempre presente, aguarda o momento do retorno para fazer do povo o objeto de sua misericórdia.


A reflexão do profeta Isaías nos ajuda a ver a esperança como a projeção de nossa fé hoje no futuro incerto. Porque a fé não é apenas uma experiência atual, mas também a expectativa confiável da fidelidade no amanhã. O fundamento desta confiança é a fidelidade do Emanuel, do Deus conosco (cf. Mt 28,20). O profeta tem a experiência de que a fidelidade de Deus é imutável: Ele não muda, Ele não se retrai, Ele não tem caprichos ou esquecimento: “Eis que te gravei nas palmas da minha mão” (Is 49,16). Todo crente pode fazer sua a segurança paulina: “Eu sei em Quem acredito” (2Tm 1,12).


Toda a semana estamos escutando o profeta Isaías, o mestre da esperança. Ele vai nos propondo o programa que Deus tem, cheio da graça salvadora. Isaías continua nos chamando, cada dia, a deixarmos o pessimismo e a olharmos com fé em Deus para o futuro.


O profeta nos assegura que nosso Deus é um Deus próximo, que nos escuta e nos conhece pelo nosso nome: “Ele se comoverá à voz do teu clamor; logo que te ouvir, ele atenderá” (Is 30,19). Se caminharmos desorientados, ouviremos muito perto sua voz que nos diz: “O caminho é este para todos, segui por ele, sem desviar-vos à direita ou à esquerda” (Is 30,21). E se estivermos feridos, ou os nossos corações estiverem quebrados, ele irá curar nossas feridas e reconstruir o que foi destruído: “A lua brilhará como a luz do sol e o sol brilhará sete vezes mais, como a luz de sete dias, no dia em que o Senhor curar a ferida de seu povo e fizer sarar a lesão de sua chaga” (Is 30,26).


Jesus Cristo É o Deus Compassivo Em Quem Devemos Nos Espelhar


 Jesus percorria todas as cidades e povoados ensinando em suas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando todo tipo de doença e enfermidade”, assim nos relatou o evangelho deste dia.


O texto do evangelho que nos propõe para nossa meditação neste dia apresenta umsumário” da atividade de Jesus na Palestina, especialmente em Cafarnaum. A atividade de Jesus nesse sumário tem basicamente várias facetas.


A primeira, como Mensageiro. O mensageiro é aquele que leva a mensagem do rei. Jesus é Aquele leva a mensagem do Rei dos reis: Deus. A tarefa do mensageiro é a proclamação das certezas. Quando prega sempre proclama as certezas. Jesus anda de um lugar para outro lugar, de uma aldeia para outra aldeia para proclamar as certezas sobre a vida eterna para todos os homens, pois todos são amados por Deus (cf. Jo 3,16). O cristão não pode ficar numa encruzilhada da vida sem placas. As certezas do cristão, as placas da vida de um cristão são os ensinamentos de Cristo. Cristo não é apenas Aquele em quem acreditamos, a maior manifestação do amor de Deus, mas é também Aquele a quem nos unimos para poder acreditar. A fé não só olha para Jesus, mas olha também a partir da perspectiva de Jesus e com os seus olhos: é uma participação no seu modo de ver”. (Papa Francisco: Carta Encíclica Lumen Fidei n.18).


Segunda, como Mestre. Não basta proclamar as certezas cristãs para deixá-las como estão.  É preciso mostrar para os homens o significado dessas certezas para sua vida cotidiana.  As certezas cristãs não mostradas apenas com palavras e sim com a vida, isto é, essas certezas devem ser vividas. Não é tarefa do cristão discutir o cristianismo. Ele tem que vivê-lo. Jesus prega e vive as certezas e ensina algo para edificar a fraternidade. Ele corrige os ensinamentos equivocados dos legalistas que excluem muitas pessoas de uma convivência igualitária e fraterna. Por isso, toda sua pregação e todo seu ensinamento são chamados de Boa Notícia ou Boa Nova.


A terceira faceta é como Terapeuta. Jesus atende e ajuda os enfermos para libertá-los de suas doenças físicas, psicológicas e espirituais. Jesus se preocupa com o homem na sua totalidade. Jesus cuida do homem na sua totalidade. O apóstolo Pedro, na sua pregação, resumiu bem toda a atividade de Jesus nessas palavras: “Vós sabeis como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com o poder, como ele andou fazendo o bem e curando todos os oprimidos do demônio, porque Deus estava com ele” (At 10,38). O verdadeiro cristão é, conseqüentemente, aquele que somente prega, ensina e faz o bem até o fim de sua vida terrena.


A quarta faceta da atividade de Jesus é como Pastor: “Vendo Jesus as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não têm pastor”. Como o verdadeiro Pastor Jesus se compadece das multidões e trata de orientá-las pelo caminho da solidariedade, da fraternidade e da tolerância. Jesus sempre se compadece pelos que sofrem como se o sofrimento fosse dele próprio. A compaixão é uma das características de Deus. A compaixão é comover-se até as entranhas, solidarizar-se profundamente, sentir-se a partir de outrem; é sofrer com (Latim: pati + cum, compaixão = sofrer com). A compaixão supõe ter uma consciência coletiva. Supõe a capacidade de sentir o que o outro sente. A compaixão requer que estejamos com as pessoas que sofrem e dispostos a partilhar nosso tempo com elas. Quando compartilhamos nosso coração e tempo com uma pessoa que sofre, uma parte do sofrimento dela será aliviada. O resto, deixamos com Deus desde que façamos nossa parte até o limite de nossa capacidade. Somos seguidores do Deus da Compaixão que se tornou carne em Jesus Cristo.


A quinta faceta da atividade de Jesus é como organizador de comunidades de homens e mulheres.  Havia muitas pessoas inquietas, mas necessitavam de um fator de coesão, de um líder que os vinculava e os ajudava a crescerem como pessoas. Esta ultima faceta de organizador e de promotor de organizações comunitárias está condensada nos relatos de eleição dos doze missionários ou apóstolos para continuar a missão. E aqui está condensada um dos seus ensinamentos fundamentais: a comunidade cristã (pastorais, movimentos, grupos eclesiais) existe para evangelizar. A comunidade cristã existe porqueumpovo cansado e abatidodiante do qual cada membro da comunidade cristã é chamado a ser solidário capaz de aliviar a dor alheia e de dar resposta a partir de sua própria insignificância e debilidade. Cada um de nós, apesar das fraquezas, tem algo de bom para ser partilhado com os outros. Se cada um tirar um pouco de bom de dentro de seu coração o cristianismo vai fazer a diferença na sociedade.


Jesus é muito consciente da amplitude de sua obra. É necessário ter muito tempo. Sem pressa Jesus limita a missão no momento dentro do território de Israel. Ele mesmo, durante sua vida terrena, se limitou ao que podia fazer: dirigir-se às ovelhas agarradas da casa de Israel. Mais tarde ele enviaria os discípulos pelo mundo inteiro (Mt 28,18-20). Em outras palavras, é preciso arrumar primeiro a casa. É preciso evangelizar os que estão dentro de casa para depois evangelizar os que estão fora dela que nem sempre é fácil. É o desafio de cada missionário-evangelizador.


Ao enviá-los Jesus dá-lhes o poder. Mas este poder deve ser entendido como um dom de autoridade (autoridade: augere =crescer). Somente tem autoridade aquele que é capaz de fazer o outro crescer . Aquele que está com autoridade tem as seguintes características: 1). Está orientado por inteiro ao ministério apostólico, ou para o serviço e não para dominar ou mandar e desmandar e sim para expulsar o mal, fazer o bem, pregar o Reino. É um dom completamente missionário. Por isso, não se trata de nenhum poder de direção ou de governo. 2). É uma autoridade conferida, mas não abandonada por Jesus aos seus discípulos. 3). Jesus reconhece que haverá oposição por causa de interesses.


Somos chamados por Jesus Cristo para estar com ele a fim de aprendermos a ser parceiros do bem. Somos enviados depois do encontro com ele para fazer o bem e em busca dos novos parceiros do bem. A alma da missão é a caridade. A única coisa que nos faz bem é fazer o bem. A vida não é uma luta para superar os outros, mas uma missão a ser exercida para dar o melhor de nós para a humanidade conforme os talentos recebidos de Deus. Estamos aqui neste mundo com um objetivo único, com um objetivo nobre que nos permitirá manifestar nosso mais alto potencial enquanto, ao mesmo tempo, acrescentamos valor às vidas das pessoas que estão a nossa volta. Descobrir a própria missão significa trazer mais de você mesmo para o trabalho, para a convivência e concentrar-se nas coisas que você sabe fazer melhor e dar sempre o melhor de você para os outros sem esperar nada em troca.  


Proclamai que o reino de Deus está próximo”. Muitas vezes se busca Deus demasiadamente longe. De fato ele está próximo de nós. O Deus que Jesus revela é um Deus próximo, um Deus amoroso. Por isso, jamais eu estou sozinho, inclusive quando me sinto abandonado ou solitário. Para poder proclamar aos demais sobre a bondade, a proximidade da presença de Deus, o cristão-missionário há que ter feito a experiência do Deus próximo em si mesmo pessoalmente.


Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios”.  O cristão-missionário é aquele que distribui benefícios, aquele que faz o irmão crescer e viver a vida dignamente, aquele que leva a paz. A partir disso, é bom cada se perguntar: “Qual será minha maneira de ajudar, de servir, de distribuis benefícios para os outros irmãos?”.


Recebestes de graça, de graça dai!”. Além de ter uma vida despojada, o cristão deve ser generoso e viver na gratuidade. O cristão deve ter consciência plena de que ele está num mundo de Deus, isto é, num mundo de gratuidade, pois tudo é de Deus, menos o pecado. Por isso, o cristão-missionário deve atuar com desinteresse econômico, não buscando seu próprio proveito.Todos sabem que quanto mais se tem, mais se quer. A felicidade ficará cada vez mais distante quando o ser humano começar a criar mais necessidades. Aquele que sabe reduzir ao mínimo suas necessidades encontra uma alegria e uma liberdade maior. Possuído ou dominado pelas coisas o homem perde sua liberdade.


Advento é oportunidade para dar a mão e o coração para aqueles que estão distantes de nosso coração, marginalizados de nosso afeto, desprezados de nosso respeito, afastados de nosso perdão. Advento é olhar exigente e sincero sobre nós mesmos e sobre os demais com reflexos de compreensão, ternura, ajuda e paciente perseverança. Advento é preparação de um novo encontro com o Deus de amor e de misericórdia que vem ao nosso encontro na debilidade de uma Criança para nos ensinar toda a verdade. Será que estou pronto para aceitar toda a verdade de minha vida? Não é a verdade que doe. O que doe muito é a falsidade, pois somente a verdade que nos faz livres e leves no nosso cotidiano.
P. Vitus Gustama,SVD

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